terça-feira, 10 de maio de 2011

Saiba onde estão as vagas em TI no Brasil



Estudo da Hays, consultoria especializada em recrutamento, aponta quais são as principais tendências de contratações no país para 2011 e próximos anos. Telecom está em alta.
Segundo o relatório, atualmente o país conta com uma grande demanda por profissionais de SAP, de infraestrutura, gestão de projetos e analistas de negócios, cenário que deve se manter para os próximos anos, sendo que a proximidade de grandes eventos no país, como Copa de 2014 e Olimpíada de 2016, resultará no incremento das oportunidades no setor de telecomunicações.
De acordo com a Hays, para o Brasil receber tais eventos será preciso investir no avanço quantitativo e qualitativo nessa modalidade de prestação de serviços.
O mercado de trabalho está aquecido. No caso específico do segmento de TI, importantes fatores adicionais contribuíram para elevar a demanda de profissionais especializados.
O levantamento da Hays chama atenção para um movimento de internalização (insourcing) de alguns recursos pelas empresas da área de TI, especialmente em funções mais próximas aos negócios, como análise de negócios, segurança da informação e gestão de projetos e sistemas corporativos, fenômeno que impactará no formato da carreira, a forma de remuneração e aptidões exigidas do profissional de TI.
A internalização de algumas funções abre espaço para o crescimento, tanto do ponto de vista técnico quanto gerencial. O país vive a passagem do tradicional formato linear para um formato de carreiras paralelas (carreira em “Y”). Dessa forma, amplia-se o leque para diferentes vocações e expertises, com curvas salariais e de crescimento profissional diferenciadas, diz a Hays.
O movimento de insourcing nas empresas também impactará nas competências mais valorizadas pelos empregadores. Permanecem em alta itens como a certificação Project Management Professional (PMP) e Information Technology Infrastructure Library (ITIL), além do domínio da língua inglesa, uma exigência do setor, porém habilidades gerenciais como gestão de pessoas, orientação para negócios e domínio do conceito e práticas de governança começam a despontar como importantes critérios de decisão na hora da escolha e da contratação de um profissional de TI para algumas áreas nas empresas.
Nessa tendência, encontra-se ainda a busca de novas especializações, como arquiteto de integração de sistemas, que exige bom trânsito tanto em infraestrutura quanto em sistemas, controle e planejamento de TI, em que o entendimento do negócio em questão é fundamental. Esses fatores demonstram o crescimento da relevância de TI para as corporações e confirmam a possibilidade de crescer para além de funções meramente técnicas, analisa a consultoria.
Analistas de negócios, gerentes de projetos, infraestrutura e segurança da informação são funções em alta desde o ano passado. No caso dos analistas de negócios, o foco é em profissionais com forte orientação para negócios. Em infraestrutura, o predomínio está nas oportunidades em multinacionais que estão investindo no Brasil, além de corporações que passam por grandes processos de fusão e aquisição.
A procura por consultores especializados em SAP foi intensificada devido à tendência de insourcing, bem como pela decisão das empresas de suspender o suporte à versão 4.7 de seu programa. Profissionais de ERP sem habilidades nesse programa foram os menos solicitados em 2010, juntamente com especialistas em Linux.
Profissionais nas funções citadas, além de técnicos de vendas, especialistas em Unix e administradores de bancos de dados (DBA) são os mais difíceis de serem identificados pelas companhias.
De um modo geral, as especializações mais valorizadas em 2010 – e seguem o sendo para 2011 - foram SAP, business intelligence, arquitetura de soluções e gestão de projetos.
A tendência de internalização também favoreceu o avanço da relação contratual fixa no mundo empresarial. Porém, os altos impostos agregados aos salários, a baixa estabilidade e a busca da competitividade em âmbito global levaram as empresas a criar contratos mais flexíveis.
Esses acordos favorecem a oferta de melhores remunerações e permitem que o contratado troque de emprego de forma mais fácil. Tais formatos preveem remuneração fixa somada a um componente variável.
Embora com menos agressividade que em outros setores, a estratégia de oferta de bônus tende a ser fortalecida, tanto os anuais quanto os de contratação, visto que essa fórmula é avaliada positivamente por profissionais e empresas contratantes.
Em um segmento composto por uma grande massa de trabalhadores autônomos – condição que dificulta a conquista de estabilidade financeira –, o fator remuneração tem importância crucial. Em certos casos, como em funções técnicas, o salário tende a ser mais importante na decisão de mudança de função que a própria perspectiva de carreira, aponta o relatório da Hays, que chama atenção, ainda, para a variação de salários no país, que tendem a ser mais elevados em grandes centros.
Em São Paulo, por exemplo, onde o custo de vida é compatível com o das grandes metrópoles mundiais. Nem por isso, as empresas de outras localidades ganham em competitividade, pois também há redução na quantidade de profissionais disponíveis, pondera a Hays.
O insourcing de TI em áreas ligadas ao negócio e, portanto, estratégicas, deve se manter. Ao mesmo tempo, atividades de cunho mais técnico, como desenvolvimento de sistemas, gestão de infraestrutura e aplicações, tendem a ser cada vez mais terceirizadas, em um movimento também conhecido como business process outsourcing (BPO).
Na avaliação da Hays, apesar de não ter custo de mão de obra tão competitivo quanto o de outras nações, especialmente a Índia, onde o valor da hora trabalhada é metade do que é praticado aqui, o Brasil é reconhecido pelo senso crítico, capacidade de questionamento e de inovação de seus profissionais. São características que, no final, geram menos retrabalho e melhor qualidade geral dos projetos.


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