quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Químicos transformam ácido em base

Pesquisadores da Universidade da Califórnia - Riverside subvertem tudo o que as aulas de química nos ensinaram e transformam, pela primeira vez, compostos ácidos em básicos.
O feito, considerado impossível até agora, foi publicado na última edição da Science, uma das mais importantes publicações científicas do mundo.
Em seu laboratório, o Dr. Guy Bertrand, líder do estudo, conseguiu modificar o número de elétrons em um átomo de boro, que é ácido, para se comportar como uma substância básica (similar ao nitrogênio ou fósforo) sem mudanças no núcleo do átomo.
Existem algumas diferentes definições de ácidos e bases, mas uma das mais antigas estabelece  que  a “base é definida como um doador de um par de elétrons, e o  ácido como um receptor de par de elétrons”(G.N.Lewis). Assim, mudando os elétrons do átomo ácido, foi possível fazê-lo se comportar como básico.
A pesquisa torna possível uma série de novas reações, abrindo portas para a indústria e a fabricação de novos materiais. Ela é especialmente proveitosa para o laboratório do próprio Dr. Bertrand, especializado nos chamados catalisadores. 
Um catalizador é uma substância que facilita ou permite uma reação química – eles aceleram a reação mas não são consumidos ou alterados durante o processo. Muitos dos catalisadores utilizados são metais e, ao redor deles, durante as reações, ficam alguns íons ou moléculas – os chamados ligantes. Os ácidos não podem ser usados como ligantes na formação de um catalisador – somente as bases.
O problema em algumas reações está no tipo de ligante que funciona com os metais- por exemplo, o fósforo, uma substancia  tóxica que pode contaminar o produto final. O trabalho recém-publicado mostra que é possível substituir os ligantes de fósforo, que é uma base, como ligantes de boro (que é ácido, e em tese jamais poderia exercer essa função).
O boro não é tóxico e não prejudica o resultado final, mas ele só pode ser utilizado por ter sido modificado para se comportar como uma base. O potencial completo da descoberta ainda é desconhecido, mas a técnica de conversão já está sendo patenteada pela UCR.

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