quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Software mapeia cérebro 50 vezes mais rápido


Com mais de 70 bilhões de neurônios, cada um deles ligado a pelo menos outros mil, o cérebro humano forma uma complexa rede tridimensional.
Compreender o funcionamento dela é fundamental para neurocientistas e, para isso, a melhor maneira é reconstruir suas ligações em modelos digitais.

O problema é que, justamente pela complexidade das ligações, esse mapeamento deve ser feito quase manualmente. Programas ajudam pesquisadores na tarefa, mas ainda assim ela leva muito tempo: é preciso começar tingindo os neurônios de uma parte do tecido com metais pesados, para torná-los visíveis. Então, usando imagens de microscópios eletrônicos em 3D, os cientistas marcam os pontos de conexões de cada braço em uma tela e, auxiliados por um software que ajuda  a completar a tarefa, conseguem criar material para ser transformado em um modelo.
Uma pessoa, trabalhando desse jeito, levaria 30 anos para reconstruir 30 cm de conexões. Mas agora, pesquisadores do Instituto Max Planck, da Alemanha, desenvolvem uma ferramenta que acelera e torna mais precisa a técnica de mapeamento.
Eles criaram dois novos programas: o  KNOSSOS, que reduziu em 50 vezes o tempo do mapeamento de uma única pessoa, e o RESCOP, que permite que dezenas de voluntários trabalhem juntos em uma amostra.
Em um primeiro testes, 70 cientistas mapearam simultaneamente mais de 100 neurônios. Os algoritmos ainda conseguem detectar erros, o que diminui as falhas típicas de trabalhos manuais. Os pesquisadores acreditam que, com o sistema, será mais fácil desvendar as complexas conexões cerebrais.
Em tempo:  o programa Knossos foi batizado em homenagem ao palácio legendário da Ilha de Creta. Segundo a mitologia, havia nele um labirinto tão complexo, e lar do Minotauro, que nenhuma pessoa escaparia dele (sem ajuda).

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