sexta-feira, 15 de julho de 2011

Intel contesta apagão em parabólicas



A informação de que a frequência de 3,5GHz, que seria usada pela tecnologia WiMAX, poderia atrapalhar o sinal de antenas parabólicas foi contestada pela Intel.
A empresa é uma das responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia WiMAX e chipsets com suporte para esse tipo de conexão, que pretende oferecer planos de banda larga e telefonia sem fio de alta capacidade.
Segundo emissoras de TV, a frequência para WiMAX, nas faixas de 3,4 a 3,6 GHz sugeridas pela Anatel, causa interferências no sinal de antenas parabólicas que operam em frequência de 3,62 a 3,8 GHz.
Em entrevista a INFO, a Intel afirmou que, embora esta seja uma preocupação legítima, o WiMAX pode ser facilmente ajustado para não interferir nos sinais de outras tecnologias, bem como também poderia ser utilizado em outra frequência como a 2,5GHz.
De acordo com a empresa, este não é um tema novo e vem sendo discutido desde 2005 com a Anatel, sem nenhuma definição até o momento e sem uma previsão também de quando haverá um leilão para essa frequência.
“O problema mesmo são as parabólicas que não possuem nenhum tipo de regulamentação de sinal. O correto [por lei] é o cidadão receber em casa gratuitamente o sinal de TV por uma via terrestre distribuído pelas emissoras em 700 MHz. Mas a existência de parabólicas contradiz justamente isso e expõe que em nosso país muitos ainda necessitam pagar para obter um sinal de rede aberta”, aponta Emilio Loures, diretor de assuntos corporativos da Intel Brasil.
Segundo o executivo, as antenas parabólicas não deveriam existir, pois por lei o Estado exige que haja a distribuição de um sinal terrestre aberto analógico em 700 MHz para todo o país. Mas não é o que ocorre e o sinal de satélite que antes era codificado, foi liberado há algum tempo pela Anatel e houve uma proliferação sem controle desse tipo de antena.
Além disso, a potência das antenas de WiMAX (estipulada em 30 watts) também passaria por um tempo de reajustes e adaptação durante cinco anos até que se possa usa-la ao seu máximo, sem criar essasinterferências com o sinal analógico da TV.
A empresa também contestou a quantidade de antenas parabólicas existentes, apontadas pela Anatel em torno de 22 milhões. Para a Intel este número está muito exagerado e não retrata a realidade.
“Hoje 4.600 cidades tem a faixa de 700 MHz livre, sem sinal analógico. Como teremos uma TV digital em 2016, se não tem nem rede analógica completa? Além disso, para 2016 a previsão era de 800 megahertz de dados, mas só temos metade disso até agora. Poderemos ter um apagão de dados e usar a rede com a sensação de uma conexão discada”, completa Loures.
Procurada pela INFO para comentar o assunto, a Anatel afirmou que essa frequência ainda está em fase de testes e que as correções serão feitas antes de se definir o edital para o leilão.
“A  questão está sendo devidamente tratada pela Agência. Há várias soluções já identificadas  em estudos que estão em andamento, mas são soluções individualizadas. Serão feitos testes adicionais para complementar nossa análise, mas ainda não foram concluídos”, afirmou a Anatel em comunicado.

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