quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Coreia do Norte deve atacar Coreia do Sul de novo, diz inteligência


O chefe dos serviços de inteligência da Coreia do Sul afirmou nesta quarta-feira (1º) que é muito provável que a Coreia do Norte vá atacar novamente o país, segundo a agência oficial Yonhap.
"Há uma grande possibilidade de que o Norte vá fazer outro ataque", diss Won Sei-hoon, diretor do Serviço Nacional de Inteligência, perante um comitê parlamentar.
De acordo com ele, os ataques estão ligados ao processo sucessório do fechado regime comunista norte-coreano.
O líder Kim Jong-Il estaria tentando reafirmar sua força para tentar emplacar como sucessor seu filho, Kim Jong-un, em meio a "crescentes protestos" devidos à crise econômica do país.
O ministro da Defesa do Sul, Kim Tae-young, também já alertou sobre uma 'ampla possibilidade' de um novo ataque do Norte, após o encerramento de um exercício militar dos EUA com a Coreia do Sul nesta quarta-feira.
Won disse que grampos telefônicos realizados em agosto indicaram que o governo norte-coreano estava preparando um ataque na costa oeste com o objetivo de abrir caminho para a transição de poder ao filho do líder Kim Jong-il, de acordo com a agência de notícias Yonhap.
"Em agosto deste ano, nós confirmamos os planos da Coreia do Norte de atacar cinco ilhas no Mar Ocidental, através de grampos telefônicos", disse ele. "Mas não esperávamos um bombardeio (do Norte) contra civis, já que a Coreia do Norte normalmente faz ameaças."
Analistas afirmam que o ataque foi uma maneira de forçar a retomada das negociações internacionais para que os norte-coreanos abandonem seu programa nuclear em troca de ajuda financeira de potencias mundiais, ou uma tentativa de reforçar as credenciais militares de Kim Jong-un.
A Coreia do Norte atacou na semana passada uma ilha próximo à fronteira entre os dois países, no Mar Amarelo, matando dois civis e dos militares e deixando cerca de 20 feridos.
Em seguida aos ataques, a Coreia do Sul e os EUA fizeram na região exercícios militares que terminaram nesta quarta.
Os dois países planejam novas manobras na região em dezembro ou no começo de 2011, segundo o Estado Maior da Coreia do Sul. O objetivo do treino é "reforçar a dissuasão" contra a Coreia do Norte, segundo o governo dos EUA.
Encontro
A secretária de Estado Hillary Clinton vai se reunir na próxima segunda-feira, em Washington, com seus pares de Seul e Tóquio para falar sobre a Coreia do Norte, anunciou o Departamento de Estado.
O encontro de Hillary Clinton com os chanceleres da Coreia do Sul, Kim Sung-hwan, e do Japão, Seiji Maehara, aparece como um menosprezo pela China, que havia convidado os três países a conversações de emergência sobre o bombardeio.
Hillary Clinton, Kim e Maehera vão debater "os últimos acontecimentos na península coreana e seu impacto sobre a segurança da região", precisou o Departamento de Estado em comunicado.
Desertores
Várias autoridades norte-coreanas desertaram para a Coreia do Sul, no momento em que Pyongyang enfrenta uma situação interna "cada vez mais caótica", informam notas diplomáticas americanas publicadas pelo site Wikileaks.
Segundo um telegrama diplomático de janeiro de 2010, assinado pelo embaixador americano em Seul, no qual ele cita o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, as deserções de várias autoridades norte-coreanos de destaque no exterior não foram divulgadas publicamente.
"Um número não determinado de funcionários norte-coreanos em missão no exterior desertou recentemente", afirma o ministro Yu Myung-Hwan, segundo a nota.
O chanceler sul-coreano disse ainda que a sucessão no comando do regime comunista, entre Kim Jong-Il e seu filho Kim Jong-Un, 27 anos, "não acontece tranquilamente" e que uma reforma monetária provocou grandes problemas para Pyongyangn.



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