domingo, 14 de novembro de 2010

Congelamento das colônias: EUA e Israel negociam generoso pacote de ajuda


JERUSALÉM, 14 Nov 2010 (AFP) -Os Estados Unidos e Israel negociam um acordo reforçado de aliança política e de segurança, em troca de um novo congelamento da colonização judaica na Cisjordânia, confirmou neste domingo o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
"A proposta feita ainda não é definitiva. Está sendo formulada pela nossa equipe de negociadores e a dos americanos", declarou Netanyahu na abertura do conselho semanal de ministros.
"Quando forem completadas, eu as apresentarei na instância governamental apropriada, ou seja, o gabinete de segurança" (que conta com os 15 ministros mais importantes), precisou o primeiro-ministro.
Segundo uma fonte israelense, os americanos pediram a Israel um novo congelamento da colonização na Cisjordânia por 90 dias, em troca de um generoso pacote de medidas de apoio político e militar.
As medidas teriam sido apresentadas a Netanyahu durante audiência com a secretária de Estado Hillary Clinton, na quinta-feira passada em Nova York.
Entre estas, estariam as seguintes disposições:
-o novo congelamento não envolveria Jerusalém Oriental, de maioria árabe, conquistada e anexada em junho de 1967.
- Os Estados Unidos também se comprometeriam a não pedir a Israel uma outra moratória depois que esta nova chegar ao fim.
O pacote de medidas abrange ainda:
- o fornecimento de 20 aviões de combate F-35, que se somaria a 20 outros já encomendados por um valor de três bilhões de dólares e o apoio americano à política israelense dita "ambígua" sobre sua capacidade nuclear.
Israel jamais desmentiu ou confirmou possuir um arsenal nuclear e não assinou o Tratado de Não Proliferação de armas nucleares que entrou em vigor em 1970.
O acordo prevê ainda que os Estados Unidos vetem qualquer resolução contra Israel, tanto no Conselho de Segurança da ONU quanto em outras organizações internacionais, e trabalhem para fortalecer as sanções internacionais visando a impedir que o Irã, inimigo jurado de Israel, seja dotado de armas nucleares.
Além disso, a negociação inclui um acordo bilateral entre Israel e Estados Unidos de cooperação de segurança reforçada por dez anos, principalmente no fornecimento de armas e acesso em tempo real às informações de satélites americanos sobre o risco de ataques de mísseis.
Este acordo deve ser assinado paralelamente a um eventual acerto permanente entre Israel e Palestinos.
Os americanos querem, em troca, que as negociações entre Israel e palestinos priorizem a definição das fronteiras do futuro Estado palestino, não a questão dos refugiados ou do status de Jerusalém.
Uma vez que as delimitações sejam fixadas, não haverá mais problema sobre onde Israel poderá construir.
Em 2007, Israel e Estados Unidos haviam assinado em Jerusalém um protocolo de aumento de quase um quarto da ajuda militar americana ao Estado hebreu que deve atingir 30 bilhões de dólares em dez anos.

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