TEERÃ (Reuters) - O Irã poderá retomar negociações com grandes potências mundiais a respeito de seu programa nuclear 'assim que possível', afirmou o ministro das Relações Exteriores do país, neste domingo, sugerindo que a Turquia poderá ser o país sede das negociações.
Manouchehr Mottaki deu os sinais mais positivos já oferecidos pelo governo iraniano até o momento de que o país está disposto a retomar as negociações interrompidas há mais de um ano. A ruptura das negociações levou a sanções internacionais contra a república islâmica.
O grupo P5+1 -- formado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha -- havia proposto realizar negociações com o Irã a respeito do programa nuclear do país entre os dias 15 e 17 de novembro, em Viena, medida que contou com o apoio dos iranianos, mas que acabou não sendo endossada formalmente.
'Consultas estão sendo feitas e estão no caminho certo,' disse Mottaki em uma entrevista coletiva.
'Nós estamos esperançosos de que ambas as partes chegarão a um consenso a respeito do tempo, da agenda e do conteúdo das conversas o mais rápido possível.'
Como uma alternativa a Viena, sede da agência nuclear da ONU, ele sugeriu a vizinha Turquia.
'Nós dissemos a nossos amigos turcos que concordamos que essas negociações sejam realizadas na Turquia', afirmou.
A Turquia, que é um país islâmico, estreitou suas ligações comerciais e energéticas com seu vizinho, dizendo que está disposta a promover uma mediação entre os países ocidentais e Teerã a respeito do programa nuclear iraniano e se ofereceu para sediar as conversações.
Juntamente com o Brasil, a Turquia mediou um acordo de troca de combustível nuclear com o Irã no início deste ano - uma tentativa sem êxito de evitar novas sanções contra o Irã, que acabaram sendo aprovadas pelo Conselho de Segurança, em junho.
Ambos os países votaram contra a sanções e disseram que a diplomacia era necessária para resolver a disputa sobre o enriquecimento nuclear por parte dos iranianos, que produzem material que pode vir a ser processado para fins militares.
O Irã afirma não estar tentando desenvolver armas nucleares.
Com a aproximação do prazo de 15 de novembro, o Irã tem enviado sinais contraditórios sobre as negociações. Na semana passada, um assessor próximo do presidente Mahmoud Ahmadinejad afirmou que mesmo que o Irã concorde em dialogar, não realizará negociações sobre o seu programa nuclear - questão central para o grupo P5+1.
Ahmadinejad também pediu aos país que integram o P5+1 que declarem suas posições a respeito do suposto arsenal nuclear israelense. Israel afirma que um Irã com armas nucleares seria uma ameaça à sua existência e não descarta uma ação militar contra o país para impedir que isso aconteça.
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