quinta-feira, 7 de abril de 2011

A máquina que encontrou os destroços do Airbus

A máquina que encontrou os destroços do Airbus
Veículo subaquático que encontrou os destroços do vôo 447 da Air France já foi usado pelo governo americano na Guerra do Iraque.
Na segunda-feira, a BEA, agência de investigação de acidentes da França, anunciou que foram encontrados mais pedaços do avião da Airbus A 330 que desapareceu no mar em 1º de junho de 2009, quando saiu do Rio de Janeiro em direção a Paris, matando 228 pessoas.
Após quase dois anos, a quarta tentativa de encontrar os destroços foi bem-sucedida graças ao uso de três veículos subaquáticos especializados, que vasculharam uma área de 10 mil km2 no Oceano Atlântico a cerca de 1.500 km da costa de Recife.    
As buscas foram coordenadas pela BEA, mas toda a parte técnica é responsabilidade da empresa privada americana Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) que forneceu o REMUS 6000 – veículo que localizou os destroços do avião a 3900 metros de profundidade.
Pequenos Torpedos
Os REMUS são uma linha de unidades remotas de monitoramento ambiental (Remote Environmental Monitoring UnitS); a versão 6000 possui 71 cm de diâmetro, pesa 884,5 kg e é capaz de operar a até 6 mil metros de profundidade.
Graças a uma bateria de lítio-ion de 11 kWh recarregável o veículo tem autonomia para nadar até 22 horas a uma velocidade de 4 nós (2,06 m/s).  Sua locomoção se dá por navegação acústica e sensores internos gravam as informações fornecidas; a combinação de dados desses dois sistemas resultam em um mapa 2D e 3D dos parâmetros ambientais medidos pelo veículo.
 navegação acústica usa transponders de 20 a 30 kilohertz aliados a satélites GPS. Cada unidade possui três motores com controles independentes que operam o combustível e dois pares de barbatanas. Dentro do veículo há um mini computador laptop que pode ser pré-programado para seguir uma rota específica ou analisar determinados parâmetros. 
Além de um sonar ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler) de 12 kHz, o REMUS possui um sonar lateral entre 900 e 600 kHz e uma câmera digital de alta resolução.
O veículo foi inicialmente projetado para monitoramento costeiro, mas já foi usado até mesmo em operações militares. Em 2003, durante a invasão do Iraque, o governo americano enviou REMUS  para detectar minas no porto de Um Qasr, no Golfo Pérsico. A eficiência é sua principal vantagem em missões de pouca profundidade, já que cada um dos veículos pode fazer o trabalho de 12 a 16 mergulhadores.
Missão Airbus
A quarta tentativa de achar os destroços teve um custo estimado de US$12,5 milhões – pagos pela Airbus e pela Air France. A equipe de buscas saiu do porto de Suape, no Brasil, em 22 de março e chegou ao local do início da missão em 25 de março.
Após uma semana, um dos três veículos autônomos subaquáticos encontrou o que buscava. Um segundo veículo foi enviado à área para um mapeamento de sonar mais detalhado e para tirar fotos.
Atualmente, os três veículos REMUS estão na área, vasculhando em busca de outras partes do avião – em especial, da caixa-preta. Estima-se que, até agora, mais de US$28 milhões tenham sido gastos com as buscas da aeronave.

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